sábado, 28 de junho de 2008

Governo estuda cancelar registro de indústrias que vendem frango com mais água que o permitido

Galera, vamos ficar ligados nessas fraudes! Faça você mesmo o teste com o frango congelado que você compra. Se ao descongelar o frango, você observar uma quantidade excessiva de água, superior a permitida por lei, DENUNCIE! O mesmo serve para peixes e frutos do mar congelados, pois existem produtores que mentem sobre a espécie do peixe contido nas embalagens e ainda mascaram o peso, ignorando o peso do produto drenado.

O Ministério da Agricultura já estuda o cancelamento do registro das indústrias que insistem em vender frango congelado com mais água do que o permitido por lei. Cinco anos após as primeiras empresas terem sido multadas pela prática, as reclamações continuam.
O governo reconhece o problema e garante que está modificando o regulamento de inspeção.

– Nós vamos disponibilizar (o regulamento) ao setor privado e ao público a partir de julho. Depois, vamos propor uma revisão da lei, onde vamos poder aumentar os valores das multas para esses casos de fraude – avalia Nelmon Oliveira da Costa, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura.

O secretário-executivo da União Brasileira de Avicultura, João Tomelin, apóia o reforço da fiscalização, mas afirma que a fraude não é generalizada:
– É (algo) praticado por uma minoria, mas que acaba manchando o nome do frango e a qualidade que a maioria pratica.

Pela lei, a carne in natura congelada pode conter até 6% de água, uma forma de garantir a hidratação do produto; já no frango temperado, esse índice de tolerância sobe para 20%. Dados oficiais mostram que, em algumas indústrias, o frango sem tempero chegava a conter 18% de água. Uma fraude verificada, segundo os órgãos de controle, apenas no produto consumido pelo brasileiro. Não há registros de reclamações quanto ao frango exportado.

Volume de água no frango varia no mesmo lote
O problema chamou a atenção da pesquisadora Yolanda Silva, professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília. Ela analisou produtos de diferentes marcas e concluiu que o volume de água variava até mesmo entre frangos do mesmo lote. O estudo também verificou o líquido retirado do produto que, em alguns casos, ultrapassou 10 mil coliformes fecais por grama, que é o limite permitido pelo Ministério da Agricultura. Para a pesquisadora, isso comprova os dados da Organização Mundial de Saúde de que mais de 40% das intoxicações alimentares acontecem dentro de casa.

– No descongelamento, é preciso ter cuidado para este líquido não contaminar bancadas e tábuas de corte, que podem contaminar o alimento – aconselha Yolanda Silva.
O estudo também constatou que as técnicas de análise do Ministério da Agricultura são ineficientes para identificar a fraude.

Indústrias já foram suspensas
Na última semana de junho, as indústrias Real Alimentos, Avivar Alimento e Rigor Alimentos tiveram a comercialização suspensa pelo governo. A medida valerá até que estas empresas apresentem, ao Ministério da Agricultura, justificativas para o produto ter apresentado água acima do permitido. Elas vão ter, ainda, que mostrar os programas de prevenção e controle da qualidade da carne. Caso sejam liberadas para vender a produção e voltem a cometer irregularidades, o ministério garante que a punição vai ser mais severa. Dependendo da gravidade do caso, o registro do produto ou da empresa será cancelado.

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