segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Peixes têm boa memória e capacidade de aprender, afirma estudo

Parte piada, parte mito, a memória dos peixes tem sido catalogada como a mais efêmera do mundo animal.
Porém um estudo feito por pesquisadores australianos concluiu que os peixes não somente podem se lembrar de seus predadores por pelo menos um ano como também têm uma capacidade de aprendizagem excelente.
"Isso significa que seu comportamento é, ao contrário do que se pensava, altamente flexível", disse à BBC o coordenador do estudo, Kevin Warburton, pesquisador do Instituto de Terra, Água e Sociedade da Universidade Charles Sturt, na Austrália.

Segundo Warburton, que analisou em detalhes o comportamento dos peixes de água doce da Austrália e em particular a perca prateada, peixe comum na região, os peixes podem lembrar de seus predadores mesmo após um único encontro.
A habilidade para lembrar também se aplica a qualquer objeto que represente uma ameaça. Por exemplo, "se um peixe morde um anzol e consegue escapar, guarda essa experiência em sua memória e é muito difícil que volte a morder um anzol numa segunda oportunidade", explica o pesquisador.
"Por causa do desconhecimento sobre o comportamento dessas criaturas, pode-se cometer o erro de achar que quando não há pesca em uma região determinada é porque se esgotaram os recursos ou os peixes foram embora dali, quando na realidade o que pode estar ocorrendo é que os peixes estão ali, mas não caem na armadilha", afirma Warburton.
Os peixes aprendem também a conhecer em profundidade seu ambiente e associam a abundância de alimentos ou os perigos com determinados lugares. Eles utilizam a informação para identificar vias de escape caso apareça uma ameaça e também para traçar suas rotas favoritas.
Outra característica dos peixes, segundo Warburton, é a sofisticação do processo para a tomada de decisões.
Por exemplo, "eles preferem a companhia dos peixes que lhe parecem familiares, já que podem ler seu comportamento mais facilmente". "Eles também escolhem se unir a um cardume porque nadar em grupo lhes traz benefícios em termos de
proteção diante dos predadores e na busca de alimentos", explica o pesquisador.
Para colocar a memória dos peixes à prova, Warburton e sua equipe estudaram os peixes em seu entorno natural. Analisaram sua relação com as características próprias de seu hábitat e depois transferiram alguns exemplares a uma série de tanques de laboratório.

Lá, os especialistas ofereceram a eles diferentes opções, colocando alimentos em diferentes áreas do tanque e os enfrentando com predadores para estudar seus movimentos e suas reações.
Para Warburton, a habilidade dos peixes para lembrar e para aprender é tão complexa que "estudar seu comportamento nos permitirá aprender algo também sobre nossa própria conduta".
Fonte: Globo.com

Os amigos abandonados

"No verão, quase dobra a quantidade de cães brasileiros que vão parar nos abrigos ou nas ruas porque seus donos não os querem mais"

Nathália Butti

Assim como agosto é chamado o mês do cachorro louco, o verão é a estação do cachorro abandonado.
Muita gente viaja, não tem onde deixar o bicho e prefere abrir mão dele. A Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa), que abriga 8 000 cães e gatos no Rio de Janeiro, costuma acolher em média quarenta animais abandonados por dia – no verão, o número sobe para sessenta. Calcula-se que haja no planeta 250 milhões de cães domésticos, 32 milhões deles no Brasil – a segunda maior população canina do mundo, atrás apenas da dos Estados Unidos. Além das férias, entre os motivos mais frequentes que levam muitos donos de cachorros a abandoná-los estão a mudança da família para uma casa menor, a perturbação causada pelos latidos e o desconhecimento do trabalho que dá criar um animal.

Lançar mão de entidades como a Suipa é a opção de muita gente que deseja renunciar ao seu bichinho, mas existem outros recursos menos convencionais – para não dizer cruéis. É comum que os cães sejam simplesmente largados nas ruas e estradas. Há quem lance mão de um truque desonesto: levar o cachorro ao pet shop, para tomar banho, e não voltar para recolhê-lo. Cansados de receber calotes desse tipo, há três meses os proprietários do Pet Center Marginal, em São Paulo, passaram a exigir a apresentação de identidade dos clientes. Dessa forma, podem rastreá-los caso desapareçam. "As pessoas traziam o animal aqui para banho ou tosa e nunca mais vinham buscá-lo", conta Valéria Bento, gerente do estabelecimento.

Para o cão, o abandono por parte do dono é uma experiência devastadora, da qual ele dificilmente se recupera. Os cachorros, como seus ancestrais, os lobos, são programados pela evolução para seguir o líder da matilha. No caso dos cães de estimação, esse líder é o dono – sem ele, o animal fica desorientado e perde suas referências. Muitos recusam comida, entram em depressão e chegam a morrer de tristeza. "Quando o cão tem um líder e o perde, vive uma eterna busca para obtê-lo de volta", diz Hannelore Fuchs, veterinária e psicóloga de animais, de São Paulo. A única forma de reverter a carência e a aflição dos cães abandonados é encontrar-lhes um novo dono. Esse é o papel dos autodenominados protetores independentes, pessoas que, sem o apoio de instituições, recolhem cachorros das ruas, dão abrigo, alimento e vacina aos bichinhos e depois correm atrás de um novo lar para eles.

A atriz carioca Betty Gofman é uma das pessoas engajadas nessa causa. Três anos atrás, ela viu uma cadelinha em meio a uma poça de lama na estrada. Sentiu pena, mas passou reto. Quando decidiu voltar para resgatá-la, soube que havia sido atropelada. A experiência fez com que começasse a recolher animais abandonados nas ruas. "Tenho um acordo com meu marido de pegarmos, no máximo, dois cachorros ou gatos por vez. Nos últimos três anos, já consegui lar para mais de 100 animais e fico com eles o tempo que for preciso", conta Betty, que tem seis animais de estimação permanentes. O trabalho do biólogo Lito Fernandez, de São Paulo, tomou proporções ainda maiores. Depois de encher a casa de animais – já chegou a ter oitenta bichos juntos e a contratar pessoas para ajudá-lo na manutenção –, ele organizou o Projeto Natureza em Forma, que promove a adoção de animais abandonados. O projeto funciona há seis anos, conta com 25 voluntários e já conseguiu lar para 2.200 cães. Fernandez recolhe os animais no Centro de Controle de Zoonoses e os leva a feiras e eventos onde possa haver pessoas interessadas em adotá-los.

Um fator que colabora para elevar o número de cães abandonados é que, de tempos em tempos, torna-se moda possuir um animal de determinada raça. Desde que a collie Lassie fez sua estreia nas telas de cinema, em 1943, basta uma raça ganhar os holofotes para que a procura por seus espécimes aumente (veja o quadro abaixo). Passado o modismo, muitos donos não querem mais saber de exibir o animal, ou acham que ele dá muito trabalho. Há três anos, o empresário paulista Marcelo Januário leu o best-seller Marley & Eu, do americano John Grogan, em que os protagonistas são um labrador e seu dono, e se entusiasmou com a ideia de comprar um cão da mesma raça. Pagou 630 reais por um filhote de fêmea, mas, dois anos depois, precisou doar o animal. "Ela passava muito tempo sozinha, então comia desde sapatos até o controle remoto, destruiu o sofá e latia a noite toda. Eu a adorava, mas não tinha noção do trabalho que dava", explica Januário.

Para estimular a posse responsável de animais e diminuir o abandono de cães nas ruas e abrigos, há dois anos o governo suíço promulgou uma lei curiosa. Quem compra um cachorro, além de registrá-lo, precisa fazer um curso que envolve teoria (necessidades e desejos dos animais) e prática (situações que podem acontecer durante um passeio com o animal, por exemplo). Abandonar o melhor amigo do homem não é hábito só dos brasileiros.


Fonte: VEJA


Haiti: ajudar os animais ajuda os humanos também


Como nossos esforços de ajuda animal podem ajudar os problemas de saúde humanos.

Os drs. Ian Robinson e Michael Booth, do IFAW (Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal) se encontraram com os representantes do governo haitiano na capital haitiana de Port-au-Prince, sábado, 23 de janeiro.

Ian e Mike, junto com 2 representantes da WSPA, e possivelmente outros membros da Coalisão de Ajuda Animal para o Haiti, (a coalisão que nós formamos com a WSPA) apresentaram planos para tratar de animais feridos, dar-lhes comida e água, e vaciná-los contra doenças fatais. A equipe também planeja avaliações nas áreas mais fortemente atingidas de Port-au-Prince.

E é claro, nós estamos preparando nosso hospital veterinário móvel para implantação. A cidade capital ainda é insegura e perigosa, mas assim que for seguro entrar, nossa equipe será implantada.

Os esforços humanos de ajuda estão começando agora a se manter, enquanto que organizações humanitárias estão dando aos haitianos comida, abrigo e cuidados médicos. É claro que os animais haitianos estão sofrendo também, e nossa missão é vital. Todas as organizações de ajuda têm um papel a desempenhar, e é crucial que todos trabalhemos juntos.

Problemas de saúde animais levam a problemas de saúde humanos

Como você pode imaginar, em desastres como este terremoto, há sempre surtos de doença, algumas transmitidas de animais para humanos. Estes surtos - ou até mesmo o medo de surtos - podem levar a sérias crueldades contra os animais. Por exemplo, uma ameaça de surto de raiva pode levar à matança de animais sem teto, até mesmo os que foram vacinados.

Nossas recomendações ao governo haitiano incluem planos para proteger animais - e consequentemente os humanos - através de: cuidado à população de animais sem teto, dando-lhes comida e água e, se necessário, vacinas que previnirão surtos de raiva e outras doenças que possam se espalhar aos humanos.

Animais de fazenda podem sofrer doenças - como anthrax - que também podem afetar seres humanos. E com a maior parte da cidade destruída, os animais de fazenda nas comunidades rurais desempenharão um papel importante na recuperação econômica do Haiti. Portanto, cuidar dos animais de fazenda é parte essencial do nosso plano.

E, é claro, nosso plano fornece cuidados médicos críticos para animais feridos, além de comida e água, e vitaminas para lhes ajudar a fortalecer seus sistemas imunológicos.

Nós esperamos que esses esforços combinados ajudarão a manter uma população animais saudável, enquanto que também reduzam o risco de problemas de doenças relacionadas a animais.

É claro que nada desse trabalho de salvar vidas seria possível sem a incrível generosidade de tantos apoiadores do IFAW (Fundo Internacional do Bem-Estar Animal). Meu sincero agradecimento vai para todos que fizeram doações e enviaram mensagens de encorajamento para esta missão vital.

Fred O'Regan
Presidente do IFAW
Para saber mais, acesse: www.ifaw.org