quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Como as arraias matam?

Steve Irwin, o famoso "Caçador de Crocodilos", conhecido por procurar alguns dos animais mais perigosos que existem e lidar com eles, morreu no dia 4 de setembro de 2006 em um acidente chocante com uma arraia. Seis semanas depois, uma arraia pulou em um barco pesqueiro na Flórida e atingiu James Bertakis, de 81 anos, no peito.

As arraias são consideradas criaturas dóceis pela maioria dos especialistas, atacando apenas em autodefesa. A maioria dos ferimentos causados por arraias nos humanos ocorre nos tornozelos ou nas panturrilhas, quando alguém acidentalmente pisa em uma arraia enterrada na areia, fazendo o peixe assustado levantar sua perigosa cauda.
As fatalidades relacionadas com arraias (em humanos) são extremamente raras, em parte porque o veneno da arraia, embora seja extremamente doloroso, não costuma ser fatal - a não ser que o ataque inicial seja no peito ou na área abdominal. No caso de Irwin, a farpa perfurou o coração. James Bertakis também foi atingido no peito, e possivelmente no coração, mas não tentou remover o aguilhão, o que pode ser uma das razões pelas quais sobreviveu ao ataque.

Todas as arraias usam o mesmo mecanismo de ataque, independentemente do tamanho. Esse mecanismo se chama aguilhão, com até 20 centímetros de comprimento em uma arraia-touro, localizado perto da base da cauda. O aguilhão tem um espinho com os lados serrilhados, ou farpas, voltados para o corpo do peixe. Existe uma glândula de veneno na base do espinho e um revestimento parecido com um membrana que cobre todo o mecanismo do aguilhão.

Quando uma arraia ataca, ela precisa estar de frente para a vítima porque a única coisa que faz é levantar sua longa cauda sobre seu corpo para atingir qualquer coisa que esteja a sua frente. A arraia não tem controle direto sobre o mecanismo do aguilhão, somente sobre a cauda. Na maioria dos casos, quando o aguilhão entra no corpo de uma pessoa, a pressão faz com que o revestimento protetor rasgue. Quando o revestimento rasga, os lados farpados e serrilhados do espinho penetram e o veneno entra na ferida.

O veneno de uma arraia não é necessariamente fatal, mas provoca muita dor. As enzimas provocam a morte de tecidos e de células. Se o veneno penetra em uma área como a do tornozelo, a ferida geralmente pode ser tratada. O calor neutraliza o veneno da arraia e limita a quantidade de danos que ele pode causar. Se a área não for tratada rapidamente, pode ser necessária a amputação. Se o veneno penetra no abdômen ou na cavidade torácica, porém, a morte do tecido pode ser fatal em razão dos importantes órgãos localizados ao redor. Se o espinho penetra no coração, como parece ter sido o caso de Steve Irwin, os resultados geralmente são fatais.

Nenhum comentário: