De Waal e Pokorny fizeram uma experiência com seis chimpanzés adultos, aos quais fizeram relacionar, através de fotos, os rostos e os traseiros de outros exemplares, tanto machos quanto fêmeas.
Primeiro os cientistas mostraram aos primatas a foto de um traseiro, na qual se viam também os genitais, e depois dois rostos, ambos do sexo correspondente à imagem anterior.
Todos os chimpanzés que participaram da experiência (três machos e três fêmeas) puderam associar corretamente os rostos com as nádegas, apesar de só terem sido capazes de fazer isso com exemplares que conheciam.
Segundo os pesquisadores, a experiência demonstra que os chimpanzés constroem representações mentais de todo o corpo de seus companheiros.
Ao ver as fotos, os animais não buscaram apenas pistas nos traseiros que os levassem a identificar os rostos, mas foram capazes de evocar uma representação total, de corpo inteiro, de seus conhecidos, afirmam os cientistas.
Em outra experiência, De Waal e Pokorny colocaram à prova a habilidade dos chimpanzés de reconhecer o sexo de outros por seus rostos.
Primeiro mostraram aos animais a foto do traseiro de um chimpanzé macho ou fêmea, o que equivalia a um estímulo sexual.
Depois mostraram a eles closes do rosto de dois chimpanzés, um de cada sexo, e os incentivou a identificar qual deles se associava à imagem anterior.
Os chimpanzés foram capazes de relacionar o rosto com seu sexo, embora, de novo, só com os exemplares que conheciam.
Segundo os autores da experiência, isso sugere --apesar da necessidade de mais estudos para comprovação-- que os chimpanzés são capazes de fazer "construções de gênero', ou seja, reconhecer o sexo de outros não apenas por seus atributos físicos, mas por informações derivadas de sua experiência com esses exemplares no grupo.
Fonte: Folha
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