quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Chimpanzés reconhecem membros do grupo pelo traseiro, sugere estudo

Os chimpanzés são capazes de reconhecer membros de seu grupo pelo traseiro, afirma um estudo dos primatólogos Frans de Waal e Jennifer Pokorny, do Centro Nacional de Pesquisa sobre Primatas da universidade Emory, em Atlanta (Estados Unidos), publicado hoje na revista "New Scientist".

De Waal e Pokorny fizeram uma experiência com seis chimpanzés adultos, aos quais fizeram relacionar, através de fotos, os rostos e os traseiros de outros exemplares, tanto machos quanto fêmeas.

Primeiro os cientistas mostraram aos primatas a foto de um traseiro, na qual se viam também os genitais, e depois dois rostos, ambos do sexo correspondente à imagem anterior.


Todos os chimpanzés que participaram da experiência (três machos e três fêmeas) puderam associar corretamente os rostos com as nádegas, apesar de só terem sido capazes de fazer isso com exemplares que conheciam.
Segundo os pesquisadores, a experiência demonstra que os chimpanzés constroem representações mentais de todo o corpo de seus companheiros.

Ao ver as fotos, os animais não buscaram apenas pistas nos traseiros que os levassem a identificar os rostos, mas foram capazes de evocar uma representação total, de corpo inteiro, de seus conhecidos, afirmam os cientistas.
Em outra experiência, De Waal e Pokorny colocaram à prova a habilidade dos chimpanzés de reconhecer o sexo de outros por seus rostos.
Primeiro mostraram aos animais a foto do traseiro de um chimpanzé macho ou fêmea, o que equivalia a um estímulo sexual.
Depois mostraram a eles closes do rosto de dois chimpanzés, um de cada sexo, e os incentivou a identificar qual deles se associava à imagem anterior.
Os chimpanzés foram capazes de relacionar o rosto com seu sexo, embora, de novo, só com os exemplares que conheciam.

Segundo os autores da experiência, isso sugere --apesar da necessidade de mais estudos para comprovação-- que os chimpanzés são capazes de fazer "construções de gênero', ou seja, reconhecer o sexo de outros não apenas por seus atributos físicos, mas por informações derivadas de sua experiência com esses exemplares no grupo.

Fonte: Folha

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