Apesar de defenderem que os eucaliptais não oferecem recursos necessários à fauna nativa, os biólogos descobriram que eles são o que chamam de matrizes permeáveis – um meio para os bichos chegarem a locais onde podem encontrar esses recursos. Funcionam como um tipo de corredor entre diferentes regiões de mata.
Imagem de jaguatirica também foi registrada por equipamento especial
As conclusões estão em uma tese de doutorado apresentada pela bióloga Maria Carolina Lyra-Jorge, de 37 anos.
– Os animais conseguem passar por ali, coisa que em outras matrizes não conseguem. Aquela situação é positiva porque existem fragmentos de vegetação nativa, que são a fonte que garante aquela biodiversidade, e os eucaliptais conectam esses fragmentos – defende a bióloga, autora do estudo em companhia do biólogo Giordano Ciocheti e da professora Vânia Regina Pivello.
Maria Carolina explicou que as reservas eram áreas de usinas que foram desativadas, por isso tinham essa característica fragmentada – áreas de preservação mescladas com espaços preenchidos com eucaliptais ou plantações de cana-de-açúcar.
– É um parque de fragmento, que a gente chama de glebas. Ele tinha o formato que a gente queria – disse.
Para registrar os animais no local, eles usaram câmeras fotográficas que disparam ao detectar movimentos de corpos quentes. De acordo com a pesquisadora, havia 21 pontos de coletas, onde as máquinas ficaram penduradas em troncos de árvores. A tecnologia, segundo a bióloga, é usada há muitos anos pelos ecologistas.
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