quinta-feira, 3 de julho de 2008

PROJETO BUGIO

O Centro de Pesquisas Biológicas de Indaial - CEPESBI e Observatório de Primatas do Morro Geisler foi criado através da Lei Municipal n0 2.099, de março de 1992. O mesmo é mantido por meio de um convênio entre a Prefeitura Municipal de Indaial e a Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB.
Desde sua fundação, o centro tem realizado atividades de pesquisa, educação ambiental e integração da comunidade local com estudantes universitários e pesquisadores.

Dentre as principais atividades do centro destaca-se o Projeto Bugio, um estudo científico que procura conservar a subespécie Alouatta clamitans Cabrera, 1940 (Primates: Atelidae), o bugio ruivo.
Os estudos para melhor conhecimento desta espécie tiveram início em ambiente natural em 1991 no Morro Geisler,em Indaial - SC, uma área de 40 ha. de Floresta Ombrófila localizada no perímetro urbano do município e que possui ligação com o Parque Nacional da Serra do Itajaí.

Esta atividade gerou subsídios para manutenção de bugios em cativeiro e viabilizou a implantação de um criadouro científico, oficializado pelo IBAMA em 1995, onde os dados científicos coletados a campo são aplicados a fim de incrementar o bem-estar dos animais cativos.
O criadouro já recebeu mais de uma centena de animais e conta no momento com 33 indivíduos. Os animais são provenientes de apreensões em cativeiros ilegais realizadas pelo IBAMA ou pela Polícia Ambiental, ou ainda trazidos pela comunidade local por apresentarem ferimentos.

Missão
Gerar conhecimento sobre os bugios ruivos que subsidiem ações de conservação da espécie e de seu habitat.

Objetivos
- Realizar estudos de ecologia e comportamento de bugios ruivos em habitat natural;
- Desenvolver técnicas de manejo que permitam a melhoria da qualidade de vida de bugios ruivos em cativeiros;
- Manter um banco ex-situ de material biológico para pesquisas científicas;
- Realizar estudos de reintrodução;
- Sensibilizar a comunidade regional quanto à importância da conservação desta espécie de primata;
- Capacitar estudantes e profissionais interessados em desenvolverem estudos na área de primatologia, biologia e medicina da conservação;
- Influenciar na adequação de políticas públicas á conservação do bugio ruivo e de seu habitat.

Atividades realizadas em cativeiro
- Recepção de animais trazidos pelo IBAMA ou pela Polícia Ambiental;
- Reabilitação e manutenção de indivíduos;
- Estudo de enfermidades infecciosas e parasitárias;
- Aprimoramento contínuo de práticas de manejo;
- Enriquecimento ambiental;
- Estudos de nutrição;
- Estudos de comportamento;
- Estudos de adoção e formação de grupos;
- Acompanhamento de desenvolvimento de infantes.

Atividades realizadas em campo
- Levantamento de grupos;
- Análises de áreas de vivência;
- Análise do percurso diário;
- Construção e marcação de trilhas, para acompanhamento dos animais em campo;
- Análise do padrão de atividades diárias;
- Estudo de dieta;
- Levantamento fitossociológico;
- Estudos do comportamento social e da comunicação.

Reintrodução de animais cativos
- Seleção de áreas adequadas à reintrodução da espécie;
- Avaliação sanitária dos animais;
- Translado de grupos estabelecidos em cativeiro para área de soltura;
- Manutenção temporária dos animais em recintos na mata para adaptação ao habitat natural;
- Soltura e acompanhamento dos animais na mata;
- Estudo de comportamento e ecologia dos animais reintroduzidos;

O centro realizou até o momento apenas um estudo de reintrodução. Um casal escolhido no cativeiro científico, mediante estudos de comportamento e de sanidade foram selecionados para o estudo. Os mesmos foram reintroduzidos em 2001, sendo acompanhados até o presente momento. A readaptação foi um sucesso.

Os animais se mantêm apenas com o recurso da floresta e se reproduziram após um ano da soltura.

Porém, a falta de conscientização da população de entorno da área proporcionaram conflito de convivência que culminaram no desaparecimento de dois exemplares. Até o momento não se têm informações sobre o paradeiro dos animais. Os demais espécimes ainda se encontram no parque e continuam sendo monitorados pelos pesquisadores.

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