A temporada de inverno no litoral do Espírito Santo sempre foi marcada pela presença de alguns visitantes exóticos: os pingüins de Magalhães.
Mas nesta temporada, a quantidade de visitantes superou todas as expectativas. Desde o início de julho, mais de 300 animais já foram localizados no litoral capixaba.
Embora seja um fenômeno natural, a quantidade de animais perdidos na costa brasileira vem despertando curiosidade e preocupação nos pesquisadores.
"As mudanças climáticas afetam a oferta de comida no oceano, as correntes marinhas, os ventos. Tudo isso pode estar contribuindo para que um número maior de pingüins se perca durante a migração", explica a veterinária.
Os pingüins de Magalhães são uma espécie que vive na Patagônia, extremo sul do continente americano. Durante o inverno, eles migram para águas mais quentes, seguindo os cardumes a procura de comida. Nesta travessia de milhares de quilômetros, algumas aves acabam se separando dos bandos e ficam à deriva no mar.
Como os animais chegam ao litoral muito debilitados, o número de mortes é grande. Este ano, mais de 150 já morreram.
Por isso, anualmente o instituto, em parceria com a Polícia Ambiental e o Ibama, faz um esforço para informar à população sobre os cuidados básicos ao encontrar as aves nas praias.
"A primeira coisa a fazer é tirar o animal da água, secá-lo e colocá-lo em uma caixa de papelão ou algum lugar onde ele possa se aquecer. Segundo Barbosa, a maioria dos animais chega com sinais de hipotermia grave.
"Muita gente pensa que todos os pingüins gostam de frio e acabam colocando os animais no gelo. Isso pode mata-los", diz o ambientalista. "Feito isso, o melhor é chamar imediatamente o Ibama ou a Polícia Ambiental", recomenda Barbosa.
Com o aumento inesperado da demanda, o Instituto ficou sem recursos para cuidar das aves. Para não interromper o trabalho, o apoio da comunidade local tem sido fundamental. A associação de moradores da Praia da Costa, em Vila Velha, cedeu um espaço para acomodação e tratamento das aves.
As aves ficam neste espaço até se recuperarem. Quando estão mais fortes, são transferidas para um clube em Guarapari, onde foram construídos tanques abastecidos com água do mar. Ali, os animais passam mais alguns meses, até o fim do inverno, quando já estão totalmente recuperados e prontos para enfrentar a viagem de volta à Patagônia, uma jornada de mais de sete mil quilômetros.
Fonte: Terra
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