quarta-feira, 16 de julho de 2008

Surfistas adotam baleias para protegê-las


Do Chile à Califórnia, da Austrália ao Japão, surfistas de todo o mundo uniram-se para proteger as baleias caçadas pelos japoneses, os que mais matam cetáceos no planeta.

Os surfistas pretendem salvar os animais fazendo com que diferentes povoados e comunidades adotem-nos.

Na Austrália, 60 povoados adotaram baleias em meio ao programa Surfistas pelos Cetáceos, criado pelos praticantes desse esporte com o intuito de proteger as baleias e os golfinhos.
Também participam dele comunidades que vão de Nova York à Nova Zelândia. Os cetáceos incluem as baleias, os golfinhos e as toninhas.
"O objetivo é reconhecer o vínculo de todos os que vivemos nas regiões costeiras do planeta com as baleias que estão migrando para ou vivendo nas áreas em que nos encontramos", afirmou à Reuters o surfista e fundador do grupo, Dave Rastovich, no começo da reunião anual da Comissão Baleeira Internacional (IWC) em Santiago.
Na Austrália, na entrada dos povoados colocam-se cartazes com a imagem da cauda das baleias -- algo que as distingue umas das outras como se fossem impressões digitais. Com isso, os turistas que saem para observar baleias, uma atividade comercial cada vez mais popular, podem identificar os cetáceos adotados ali.
"Já não se trata de uma baleia a mais no oceano, mas de baleias com história, com nome, uma família, uma personalidade. Há algumas que realizam coisas cinematográficas quando chegam perto dos seres humanos", afirmou Rastovich.

CONEXÃO PESSOAL

O projeto também visa dissuadir a ação da frota baleeira do Japão, apesar de, desde 1986, haver uma moratória sobre a caça desses animais em todos os mares. Os japoneses, no entanto, matam cerca de mil baleias por ano para "fins científicos."
"Isso cria uma conexão e uma motivação para intervirmos quando essas ameaças (na forma de navios baleeiros) surgem", disse Rastovich.
O surfista afirma ter uma relação muito pessoal com baleias e golfinhos. Dois dias depois de fundar a Surfistas pelos Cetáceos, quatro anos atrás, um golfinho afastou um tubarão-tigre que chegou perto dele enquanto surfava.
"Em todo o mundo, estamos andando nas ondas ao lado dos golfinhos, aproveitando o surf e a vida em um ambiente limpo", disse.

"Existe uma conexão incrível através das espécies. Estamos aproveitando do mesmo ato de simplesmente descer uma onda. Nós os vemos descer as ondas pelo mesmo motivo que fazemos isso: pela emoção de ir mais rápido e de locomover-se com liberdade pelo oceano", acrescentou.

FONTE: O Globo

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